MP denuncia quatro pessoas e pede dissolução de empresa 'fantasma' na PB

Ministério Público da Paraíba (MPPB) - Producuradoria-Geral de Justiça (Foto: Krystine Carneiro/G1)
Empresa participava de licitações e recebeu mais de R$ 3 milhões de órgãos públicos, diz MP.

Ao todo, quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio da promotoria de Pocinhos, no Agreste da Paraíba, conforme informações divulgadas nesta quarta-feira (22), sendo três por falsidade ideológica e associação criminosa e uma por estelionato, na criação de uma empresa "fantasma" que, segundo as investigações, seria usada para fraudar licitações.

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O G1 não conseguiu entrar em contato com os denunciados.

Segundo o MPPB, a denúncia aponta que a empresa foi registrada na Junta Comercial em fevereiro de 2014, tendo como sócios os denunciados Moisés Rolim Júnior e Sandoval Francisco Araújo, mesmo sem eles terem investido nenhum recurso.

As investigações constataram que eles indicaram um endereço de imóvel particular, pertencente a Lindnaldo Vasconcelos Cipriano, como sede da empresa.

De acordo com o MP, em janeiro de 2016, os supostos sócios registraram na Junta Comercial uma alteração na empresa, que transferiu a sociedade de Sandoval para a terceira denunciada, Lindaci das Neves Lima.

Entretanto, o MP afirmou que, em depoimento, Lindaci não soube informar qual atividade seria desempenhada pela empresa da qual era sócia, além de ser beneficiária do programa Bolsa Família, apresentando renda incompatível com a função de empresária.

Conforme a denúncia, além da falsidade ideológica, Moisés, Sandoval e Lindaci compunham uma associação criminosa para participar de licitações públicas. Desde 2014, a empresa teria recebido mais de R$ 3 milhões de órgãos públicos para prestar o serviço sem ter quantidade de funcionários e capacidade técnica para tal.

Além disso, Lindinaldo confessou que recebeu, entre 2014 e agosto de 2016, R$ 150 por mês para colocar uma placa da empresa na fachada de sua casa e receber as correspondências que eram encaminhadas para o endereço da empresa. Por isso, ele foi denunciado por estelionato, por ter recebido cerca de R$ 4,4 mil durante esse tempo em prejuízo do Poder público.

A Promotoria de Pocinhos também ajuizou uma ação civil pública requerendo a quebra de sigilo fiscal da empresa, para analisar o fluxo de caixa. Segundo a ação, isso vai possibilitar o rastreamento das mercadorias que foram efetivamente adquiridas e fornecidas a órgãos públicos e, assim, dimensionar os danos aos cofres públicos.

O MPPB declarou que ação requer que, ao final do processo, a empresa seja compulsoriamente dissolvida, conforme prevê a Lei Anticorrupção.

Fonte: G1