Quase 30 mulheres foram assassinadas na Paraíba este ano

Março ainda nem terminou e transcorridos 85 dias do ano, o número de mulheres assassinadas já chega a 28, segundo a juíza e coordenadora da Mulher em Situação de Violência do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Graziela Queiroga Gadelha. Somente no último fim de semana foram dois casos: um em João Pessoa e o outro em Patos, no Sertão. Ambas foram mortas dentro da própria casa – local onde 69% são encontradas mortas, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) feito até fevereiro.

O quantitativo de crimes contra a mulher tem preocupado a Polícia Civil e a Justiça, tendo em vista que no ano passado foi registrada a menor estatística dos últimos seis anos, 76.

Na madrugada de domingo, Patrícia Lopes da Silva, 32 anos, foi morta a tiros na comunidade Laranjeiras, no bairro José Américo, na Capital. Já no domingo à tarde, em Patos, Josefa Almeida de Oliveira, 48 anos, que vendia material de limpeza, foi morta a tiros por dois homens que chegaram de motocicleta e invadiram a residência. As motivações e os autores ainda são investigados.

Essas mortes registradas nesses quase três primeiros meses preocupam. De acordo com a coordenadora da Mulher em Situação de Violência do TJPB, juíza Graziela Queiroga Gadelha, que realiza um trabalho em conjunto com os órgãos de segurança, nem todas as mortes podem ser caracterizadas como feminicídio. “Só através da investigação é possível entender as motivações”, disse.

Além disso, Graziela Queiroga Gadelha, destacou a preocupação com o alto índice de assassinatos. “Os últimos dados passados pela Coordenação das Delegacias da Mulher mostraram que já são 28 mortes e março ainda não terminou. Isso preocupa o Judiciário”, afirmou.

Já a assessora de Ações Estratégicas da Polícia Civil, delegada Cassandra Duarte, informou que os números de março ainda não foram fechados e apenas repassou os dados referentes até o mês de fevereiro que foram contabilizados pelo Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace). No entanto, pela análise da especialista houve um aumento em relação ao ano passado, o que também preocupa a segurança pública.

“A nossa estratégia foi fechar os três meses, justamente o tempo para a conclusão de um inquérito policial. Nesse levantamento terá as motivações e os locais dos crimes”, frisou, destacando que há um trabalho em conjunto com as delegacias de homicídios das áreas ou as responsáveis pela investigação dos assassinatos.

De acordo com Cassandra Duarte, se a mulher sofrer qualquer tipo de ameaça precisa procurar ajuda de imediato em uma delegacia. Ela apontou que nem todas procuram para registrar o caso. Por conta disso, o Estado está interiorizando as ações. Para isso, foram criadas recentemente as delegacias de Mamanguape, Queimadas, Picuí, Monteiro.

Fonte: Fonte: Correio da Paraíba