Paraíba de novo com risco de perder o porto

A Paraíba ainda corre o risco de perder o Porto de Cabedelo e que as cargas sejam levadas para os Estados vizinhos, caso as obras de dragagem para aprofundar o calado não sejam concluídas. A afirmação é do deputado estadual, Artur Filho (PRTB). A presidente da Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Temóteo, nega o risco, mas admite que donos de navios podem desviar a rota por conta do tamanho do calado.

Já o deputado é contundente. “Se a situação continuar como está, o porto se transformará em um terminal, apenas deixando de ter o status de porto, pois não tem capacidade para receber os navios de grande e médio porte mais, devido ao pouca profundidade do calado que atualmente possui apenas nove metros”, afirmou o parlamentar.

Para Artur Filho, as obras da dragagem para aprofundar o calado para 11 metros ainda não foram concluídas por falta de vontade política da bancada federal paraibana (deputados e senadores). “Se a bancada da Paraíba tivesse 20% da disposição com que estão lutando pela transposição a situação do Porto já teria sido resolvida a bastante tempo e ele estaria gerando mais emprego, renda e recursos para o município e para o Estado”, acredita Artur Filho.

Carga de granito

Artur Filho denunciou ainda que há 20 dias o Porto de Cabedelo deixou de receber uma carga de granito devido incapacidade para atracar o navio que trazia o mineral. “Perdermos o granito, porque o porto com o calado de nove metros só consegue retirar 35 mil toneladas. Esse e esse granito foi para o Porto de Pecém, no Ceará, porque lá se carrega 50 mil toneladas. Há menos de 30 dias, o Porto de Santa Catarina recebeu um investimento do governo federal de R$ 200 milhões para obras de dragagem no seu calado. Aqui o que temos recebido do governo da época de Dilma para cá foi míseros R$ 6 milhões para a iluminação do porto”, reclamou o deputado.

Artur Filho fez um apelo aos parlamentares paraibanos. “Precisamos nos unir e convocar a bancada federal. Essa dragagem custa no máximo 55 milhões. O que é R$ 55 milhões perto de um bilhão que a presidente Dilma mandou para o porto de Cuba, perto de R$ 200 milhões que o governo Temer mandou para o Porto de Santa Catarina?”, indagou o parlamentar.

Gilmara nega possibilidade

A presidente da Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Temóteo, informou que a Paraíba não corre o risco de ficar sem o Porto, contudo, muitos armadores (donos dos navios) poderão desviar suas rotas para portos que possuam um calado maior, uma vez que será mais rentável para eles. “Mas, estamos trabalhando junto com a bancada federal para a conclusão da dragagem para 11 metros ou aprofundamento para 12 metros no intuito de isso não ocorrer”, afirmou Gilmara Timóteo.

Segundo ela, a atual infraestrutura do Porto de Cabedelo permite a movimentação de mais de dois milhões de toneladas por ano. “Estamos a cada dia aperfeiçoando mais a infraestrutura do Porto para trabalhar com mais folga e agilidade nas importações e exportações”, afirmou à executiva.

Gilmara Temóteo que a companhia Docas está em contato direto com as empresas importadoras e exportadoras, além dos operadores portuários e empresas arrendatárias para manter todas as cargas e buscar outras novas para o Porto de Cabedelo.

Para mudar essa realidade atual, Gilmara Temóteo disse que é preciso que o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação civil seja mais célere nos processos de arrendamento de novas áreas para instalação de novas empresas e também nos processos de dragagem dos portos.

“O que a legislação portuária permite o Governo do Estado fazer, nós estamos fazendo, que é a manutenção e novos investimentos na infraestrutura da área primária do porto. Estamos trabalhando, junto com outras secretarias do Estado, no intuito de dar incentivos para instalação de novas empresas e movimentação de novas cargas”, informou a presidente da Companhia Docas.

Perda de carga

Após perder parte de carga de granito, o Comitê em defesa do Porto de Cabedelo está pedindo socorro à bancada federal no Congresso para viabilizar a liberação de verbas para conclusão das obras de dragagem do calado do equipamento. O deputado federal Efraim Moraes (Democratas) foi escolhido para articular a solicitação da verba junto ao governo Federal.

De acordo com Efraim, é preciso de aproximadamente R$ 50 milhões para concluir as obras do calado do Porto de Cabedelo. “Atualmente o calado possui apenas nove metros de profundidade e precisa ser aprofundado. Com a conclusão da obra o ele passará para 11 metros e pode receber navios de grande porte e que nós não percamos mais cargas que estão indo para os estados vizinhos”, afirmou Efraim Filho.

Ele disse ainda que no dia 10 de abril o Comitê em Defesa do Porto de Cabedelo promoverá um café da manhã em que deverá reunir a bancada federal para buscar alternativas imediatas para viabilizar a conclusão das obras de drenagem do Porto.

Fonte: Mislene Santos do Correio da Paraíba

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