Felipão continuará apostando em Hulk como titular do Brasil

Se depender de Luiz Felipe Scolari, Hulk pode ficar tranquilo. O treinador da seleção brasileira já avisou que não dará a mínima importância se o torcedor e a imprensa não entenderem os motivos pelos quais aposta em Hulk no time titular do Brasil. As vaias ao atacante, no amistoso diante da Inglaterra no Maracanã, não tiraram o sono de Felipão.

Hulk caiu nas graças do treinador por um motivo muito simples: sua aplicação tática. O paraibano de 28 anos é atacante. Mas movimenta-se bastante. Com isso, dá mais liberdade para os outros atacantes e também para os meias se movimentarem. Neymar e Oscar são os mais beneficiados com a disposição operária de Hulk. Além disso, o jogador do Zenit, da Rússia, ajuda bastante na marcação. Com ele, o time fica mais compacto.

No coletivo realizado dois dias antes do amistoso com os ingleses, isso ficou claro. Com Lucas, os titulares ficaram mais vulneráveis. Com Hulk, a equipe ficou mais organizada. E ele acabou escalado. “O Hulk me dá a resposta que eu preciso. Ele é muito aplicado taticamente, contribui para o equilíbrio da equipe”, costuma resumir Felipão para definir sua opção pelo jogador.

O problema é que, como Hulk não é nenhum primor em termos de habilidade, às vezes erra jogadas fáceis. E irrita a torcida, como ocorreu no Maracanã. Mas, justiça seja feita, o atacante também foi aplaudido quando quase fez um belo gol de calcanhar ou quando, também de calcanhar, fez um belo desarme pouco depois de ser vaiado. Sinal de personalidade.

Aparentemente, Hulk não se abala com a rejeição. E, desde a primeira vez que vestiu a camisa da seleção no País – ano passado, contra com a África do Sul, em que acabou fazendo o gol da vitória por 1 a 0, num jogo em que toda a seleção foi vaiada –, atribui às vaias ao desconhecimento do torcedor. “Como não joguei no Brasil, o torcedor não me conhece. É normal que cobre”, repete, como um mantra, sempre que tem de falar sobre as vaias que recebe.

Domingo não foi diferente. Vaiado no Rio e em São Paulo, mas aplaudido no Recife na vitória por 8 a 0 sobre a China, também no ano passado, Hulk garante não se achar vítima de preconceito por ser nordestino.

No entanto, ele pondera: “Se eu tivesse jogado num time grande do Brasil, seria diferente o tratamento”, entende o atacante que fez apenas duas partidas como profissional no País, pelo Vitória, antes de rumar para Portugal, então com 18 anos. “Como isso não ocorreu, para o torcedor me respeitar eu tenho de mostrar que posso ser útil à seleção.”

Paraibano caiu nas graças do treinador por sua aplicação tática

Fonte: Mais PB com Estadão