Governo quer apresentar no dia 31 proposta para professores em greve

Para sindicato dos professores, demora do governo fortalece a greve (Antonio Cruz/ ABr)
Depois de desmarcar a primeira reunião para apresentar uma proposta de plano de carreira para os professores das universidades federais, em greve há 55 dias, o Ministério do Planejamento prevê reagendar a conversa para o próximo dia 31, um mês e 12 dias depois da primeira data, marcada para 19 de junho. As informações são da assessoria de imprensa do ministério.

De acordo com o órgão, a reunião só seria confirmada em 19 de junho se o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) tivesse aceitado a trégua de 20 dias na paralisação, proposta pelo governo federal em 12 de junho. Na ocasião, os professores não aceitaram interromper a paralisação, acreditando que a decisão desmobilizaria o movimento.

Tendo em vista a demora do governo em dar respostas, os professores organizaram dois atos na última semana, um realizado em frente ao Ministério do Planejamento, no dia 2, e outro no Ministério da Educação, no dia seguinte.

Com a pressão dos professores e de estudantes que aderiram ao movimento, o secretário de Educação Superior, Amaro Lins, decidiu receber membros do comando de greve. “Ele se comprometeu a forçar o andamento das nossas reivindicações dentro no ministério e a marcar reuniões para alinhar as demandas. As datas serão estipuladas até sexta-feira [da última semana]”, afirma o vice-presidente da Andes, Luiz Henrique Schuch.

O ministério, no entanto, não agendou as reuniões. “Esse cenário fortalece nossa greve, pois o governo mostra que não tem iniciativa para nos dar as respostas que buscamos.” A greve atinge 56 das 59 universidades federais, de acordo com o sindicato.

Questionado sobre a greve, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nessa terça (10) que o governo tem um compromisso de reestruturar a carreira dos docentes, mas que a crise econômica que o mundo enfrenta pode dificultar o processo.

Segundo ele, a ideia é valorizar principalmente a titulação e a dedicação exclusiva. “Esta é a universidade que queremos. Vamos beneficiar gente que tem pesquisa, que se titulou e que vai ter um compromisso prioritário com a universidade”, declarou durante uma audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, sobre o Programa Nacional do Livro Didático.

Com informações da Agência Senado.

Sarah Fernandes/Rede Brasil Atual

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