Quase metade da população do Brasil não possui saneamento básico ou tem um atendimento sanitário considerado precário, de acordo com dados apontados no Atlas Esgoto da Agência Nacional das Águas (ANA) e a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades no. Na Paraíba, 59.797 residências não tem esgotamento sanitário e estão na mesma situação do restante do país.
A atendente de telemarketing Luzia de Fátima, moradora do Bairro das Cidades, em Campina Grande, já convive com esse problema há oito anos. De acordo com ela, a situação piorou muito desde março, quando a sua casa ficou ilhada devido aos esgotos a céu aberto em todo o entorno.
De acordo com a infectologista Priscila de Sá, cerca de 43% da população brasileira não possui acesso ao saneamento básico, a coleta e tratamento de esgoto, a água encanada e potável e a limpeza urbana e controle de pragas, ficando suscetível a doenças graves.
A aposentada Goreti Rosa já tem outra preocupação: o espaço. A casa de Goreti possui apenas um cômodo que já foi divido por oito pessoas e o banheiro fica embaixo de uma escada, sem nenhuma privacidade. Casas de apenas um cômodo é uma realidade de muitos paraibanos, cerca de 11 mil.
De acordo com o secretário de planejamento da Prefeitura de Campina Grande, André Agra, existe um deficit de 15 a 20 mil moradias para abrigar as famílias que vivem em áreas de risco, em bordas de canais ou acampamentos. Dona Socorro, que mora as margens da linha ferroviária, conta que já foi expulsa diversas vezes de sua casa, mas nunca saiu por não ter para onde ir.
