Lixo nas praias do Litoral Sul

Turistas reclamam de resíduos na areia em Jacumã, Carapibus e praia do Amor. Prefeitura diz que problema é pontual.

Embalagens, latinhas de cerveja, garrafas de água e sacolas plásticas são deixadas com frequência na area da praia O lixo deixado por banhistas nas praias do Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa, mancha a beleza natural da faixa de areia do Litoral Sul paraibano e incomodam turistas que visitam o lugar pela primeira vez. Nas praias do Amor, Jacumã e Carapibus, por exemplo, é possível observar diversos pontos com acúmulo de lixo. A prefeitura municipal garante que o problema é pontual e que ações de conscientização são realizadas junto aos moradores condenses.

Na areia, local onde muitos banhistas se acomodam para desfrutar da natureza, são deixados os mais diversos tipos resíduos sólidos, como embalagens de picolés e biscoitos, garrafas de água, latinhas de refrigerantes e cervejas, além de sacolas plásticas. Estas poderiam ser utilizadas para armazenar todo o lixo dos alimentos consumidos durante o lazer para ser descartado em local adequado, mas devido à falta de respeito e consciência com o meio ambiente a atitude passa por despercebida.

A reportagem visitou três praias do Conde, onde verificou a situação. Na praia do Amor, por exemplo, o lixo foi se acumulando no decorrer de uma trilha ecológica que dá acesso à enseada. No local, inclusive, pintados nas paredes e em placas fixadas em pedras e árvores a frase 'recolha seu lixo' parece transferir toda responsabilidade ambiental da gestão pública para os banhistas, pois não há lixeiras, nem outros tipos de coletores para descarte dos materiais.

Em Jacumã, o problema já se concentra mais próximo das residências, onde qualquer esquina, poste ou sombra de árvores servem como depósito de sacolas com lixo doméstico que se amontoam no meio da rua. Um morador que não quis se identificar disse que o carro da coleta de lixo havia passado na tarde do último domingo e tentou justificar o acúmulo de lixo.

“Isso é a própria população que joga. Não tem a menor consciência e toda vez que recolhe o lixo de dentro de casa, traz para a rua. Não espera o carro passar”, afirmou.

SEM LIXEIRAS E COLETORES

A médica Fernanda Teixeira, do Tocantins, está no Conde há uma semana e disse já ter passado por diversas praias, mas que em nenhuma encontrou lixeiras ou coletores de materiais orgânicos e recicláveis. “É uma pena, porque cabe a cada um ter a consciência de recolher o seu próprio lixo para jogar em local correto. Na maioria das praias, os próprios bares se encarregam de disponibilizar lixeiras para que os banhistas possam fazer o descarte”, contou.

Mas na praia de Carapibus, conhecida pela tranquilidade e por ser um refúgio para quem quer se afastar da agitação da cidade, a situação se repete. Apesar de também conter diversas placas sinalizando a proibição de descarte de lixo, o aviso é desrespeitado e sacolas, palhas de coqueiro, pneus e outros tipos de resíduos são vistos com frequência.

O bancário André Luiz, 41 anos, natural de Ribeirão Preto, São Paulo, escolheu o Litoral Sul da Paraíba para viver com a família, após um período de férias em que conheceu o local.

“São praias belas, tranquilas. Um verdadeiro paraíso que, infelizmente, está sendo destruído pelos próprios moradores, mas também por quem vem visitá-lo, já que não recolhem o lixo que produziram e deixam onde bem entendem”, disse.


Fonte: jornaldaparaiba com JAINE ALVES