Simpósio promove reflexões sobre Teologia da Libertação e Concílio Vaticano II

No marco dos 50 anos do Concílio Vaticano II e dos 40 anos da Teologia da Libertação, o Movimento Formação Cristã Libertadora realiza em Fortaleza (CE) o Simpósio Teológico “50 anos do Concílio Vaticano II – 40 anos da Teologia da Libertação. O que o espírito diz às igrejas?”. O evento, que começa nesta quinta e se encerra no dia 1º de setembro, será realizado no Centro Pastoral Maria Mãe da Igreja, no Centro da capital cearense. A entrada é gratuita.

O principal objetivo do simpósio é mostrar que “outro cristianismo é possível”. De acordo com Maria Cleide Pires de Andrade, integrante do Movimento Formação Cristã Libertadora, isso significa promover “um cristianismo mais sensível às questões dos povos mais necessitados, na abertura ao diálogo, um cristianismo mais respeitador, mais acolhedor no trato com pessoas de outras orientações de vida”. “[A ideia é] trazer os problemas da sociedade para dentro da Igreja, que é a proposta da Teologia da Libertação. Ser Igreja Povo de Deus, que se preocupa com o que acontece fora do templo”, explica.

Cleide ressalta ainda que a realização deste simpósio aproveita a celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II (1962), que “foi um grande momento na Igreja, na abertura e promoção dos movimentos sociais, e vamos abordar isso nos temas dos palestrantes convidados”. Nomes como Dom Tomás Balduíno, Mercedes de Budallés Diez e Francisco de Aquino Junior, contribuirão com as palestras do evento. Programação

A palestra de abertura do Simpósio Teológico, nesta quinta-feira (30), abordará o tema “Fidelidade e infidelidade ao espírito do Concílio na caminhada da Igreja na América Latina e no Brasil”, e terá como conferencista Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e fundados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Já na sexta-feira (31) é a vez da teóloga Mercedes de Budallés Diez dar sua contribuição na palestra “Como ser igreja-fermento de emancipação humana dentro de uma igreja-massa de eventos midiáticos?”. Em entrevista à Adital, Mercedes explicou que “massa é algo que não está pronto”, e que por isso é importante se preocupar com o “fermento” e com a “pequena semente”, ou como explicou, ‘as minorias abraâmicas’.

“Os programas religiosos propagam direta ou indiretamente a teologia da prosperidade e geram igrejas massificadas, individualistas, cheias de emoções passageiras e sem nenhum compromisso com a transformação da sociedade. Em minha opinião, fomentar um cristianismo esclarecido e atuante diante dos grandes problemas que assolam a nossa sociedade, só pode se fazer desde baixo, desde as minorias, com os empobrecidos. A massa é algo que não está pronta. Cuidemos do fermento, dos pequenos. Como Jesus fez!”, aconselhou na entrevista. Fechando o evento, no dia 1º, o padre Francisco de Aquino Junior falará sobre “Temáticas, métodos e posições da Teologia da Libertação que continuam irrenunciáveis ao caminhar da Igreja”.

Segundo Cleide, é esperada a participação de cerca de 250 pessoas. Entre os/as participantes virá um grupo de jovens da Pastoral da Juventude do Meio Popular, de Sobral, cidade do interior do Ceará. “Esperamos que o evento não fique só nas discussões. Esperamos que as pessoas possam reproduzir o que discutiremos aqui, nas suas comunidades e grupos”, finaliza. O Centro Pastoral Maria Mãe da Igreja fica localizado na Rua Rodrigues Júnior, 300, Centro. Tatiana Félix/Adital



Fonte: Focando a Notícia