Professores da UFPB rejeitam mais uma proposta do Governo e continuam em greve

Os professores da Universidade Federal da Paraíba decidiram, em assembleia realizada nesta sexta-feira (10), manter a greve da categoria, iniciada no dia 17 de maio. A reunião aconteceu no auditório da reitoria. A continuidade da greve foi aprovada por ampla maioria, com apenas 4 votos contrários e 1 abstenção.

Na próxima segunda-feira (13), representantes do Comando Local de Greve reúnem-se com o reitor Rômulo Polari, às 16h, na Reitoria, para pedir o apoio dele ao movimento. Os docentes esperam que Polari possa seguir o exemplo de outros reitores do País que estão cobrando do governo a retomada das negociações com os professores.

É o caso do reitor da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Thompson Mariz, que divulgou nota reafirmando serem justas as reivindicações dos professores e conclamando os ministérios da Educação e do Planejamento a reabrirem o diálogo.

Nesta quinta-feira (9), os docentes da UFPB participaram do ato público unificado dos servidores federais no Centro da Capital. A atividade reuniu cerca de 250 pessoas, que usaram faixas, cartazes, apitos e carro de som para chamar a atenção da população para o descaso do governo federal com os funcionários em greve.

O protesto teve concentração na Praça João Pessoa, às 9h, e seguiu em marcha até o Parque Solon de Lucena. Participaram os professores e servidores técnico-administrativos da UFPB, da UFCG e do IFPB, além de servidores da Funasa, do IBGE, do Ministério da Saúde e outras categorias em greve.

De acordo com análise do Comando Nacional de Greve, a proposta do governo federal sequer recompõe as perdas inflacionárias dos salários de grande parte da categoria. Os valores nominais contidos na tabela tomam como base os salários de julho de 2010 e projeta, também em valores nominais, o que seria o resultado em 2015, omitindo toda a corrosão inflacionária do período, superior a 35%, de acordo com os cálculos do Comando, tomando como referência o ICV/Dieese, e uma projeção futura com base na média dos últimos 30 meses.

Desta forma, são cinco anos de inflação que foram desconsiderados pelos ministros Miriam Belchior e Aloizio Mercadante ao noticiar em entrevista coletiva, na sexta (13), que os docentes teriam até 45,1 % de reajuste.

Além disso, o reajuste inclui os 4% do acordo assinado em agosto de 2011, que só foi cumprido, após forte pressão do movimento, em maio de 2012, retroativo a março deste ano.

Para algumas classes, justamente onde está concentrado um grande número de docentes, há redução de até 8% do valor real da remuneração, como é o caso do professor mestre adjunto 4/DIV4 e do professor doutor associado 1/DV1, ambos em regime de dedicação exclusiva (DE). A proposta apresenta apenas pequeno ganho real para a classe de professor titular, topo da carreira, que hoje representa menos de 10% da categoria.

Fonte: Portal Correio
Fonte Bananeiras Online