Energisa quer 8,45% de reajuste, proposta é apreciada pela Aneel

A conta de energia poderá ficar 8,45% mais cara no final deste mês para os 1,1 milhão de unidades consumidoras de 216 municípios paraibanos, atendidos pela Energisa Paraíba. O percentual foi proposto pela distribuidora de energia para apreciação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O índice pleiteado é bem superior à inflação oficial acumulada dos últimos 12 meses, que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculada em 5,14%. Além deste, está acima da inflação do Índice Geral de Preço ao Mercado (IGP-M), cotada em 5,98%.

Segundo a assessoria da Aneel, a matéria do incremento paraibano entrará na pauta da reunião do próximo dia 21, na agência. Na ocasião, a proposta passará por análise e o novo Índice de Reajuste Tarifário (IRT) da Paraíba será definido – podendo ser ou não aquele indicado pela Energisa PB. A previsão é que o calendário seja cumprido, portanto, o aumento deverá ser implantado no dia 28 deste mês, aniversário anual do reajuste.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Magno Rossi, os números são assustadores.

“Com um percentual quase 40% superior a inflação do ano, fica muito difícil para o setor industrial. Estamos em um momento onde parte da economia do mundo está em recessão, portanto se continuarmos assim, estamos perdendo competitividade no mercado”, comenta.

Segundo ele, o Brasil é um dos países que possuem as maiores cobranças por energia elétrica no mundo. “Esperamos que prevaleça o bom senso, porque um reajuste desta magnitude contraria, inclusive, os esforços do Governo Federal em diminuir o ônus da energia elétrica para a indústria brasileira”, acrescenta.

Em virtude da disparidade entre as inflações e o percentual pleiteado pela distribuidora, a coordenadora do Procon Estadual, Klébia Ludgério, afirmou que entrará em contato com a Agência Reguladora da Paraíba (ARPB) para conhecer pontos que levaram a esta sugestão de índice.

Klébia relembra que a situação poderá sofrer alterações nos próximos dias. “Esse aumento ainda vai ser discutido na Aneel e, somente se a agência considerar que ele faz jus as necessidades da empresa, será implantado. Embora esta decisão seja soberana, em caso de abuso aos direitos do consumidor, é possível que o Ministério Público entre com uma Ação Civil Pública”, explica.

A assessoria de imprensa da Energisa informou que somente vai se pronunciar sobre o assunto após o posicionamento oficial da Aneel, que deverá sair no dia 21 deste mês, em reunião que avalia o pleito.


Fonte: Bananeiras Online