Paraibano projeta apito com som de ave para substituir vuvuzelas na Copa

Quem não lembra do barulho ensurdecedor das vuvuzelas na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul? Aquele som alto chegava a atrapalhar as partidas entre as seleções e deixava alguns torcedores irritados, seja no estádio ou em casa, quando assistiam aos jogos pela televisão. Para a Copa de 2014, no Brasil, um empresário paraibano pretende disseminar um novo instrumento, com um som mais harmônico e suave: o Pedhuá.

O Pedhuá original é um instrumento indígena de madeira que imita sons de pássaros. Para levar para o Mundial, uma equipe de designers da empresa Pedhuá Entretenimento fez um remodelamento para poder patentear o produto. O apito vai chegar ao consumidor em resina de plástico e com várias sonoridades diferentes. Inicialmente, o objeto terá as cores do Brasil, mas a empresa pretende também fazer com cores de clubes brasileiros.

“A ideia surgiu em um workshop do programa 14bis, da Finep [Financiadora de Estudos e Projetos, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia], onde questionaram ‘qual vai ser o som da copa?’ e fiquei com essa pergunta na cabeça”, relatou o idealizador do projeto, Alcedo Macedo. “Assistindo ao jogo do Santos e Peñarol vi que o presidente distribuiu 20 mil apitos comuns pra torcida. Logo me lembrei desse apito que imita aves, que meu avô confeccionava. Fui na feira e disse ‘vai ser esse o som da copa’”. Ele tem ritmo, dá para fazer melodia com ele" Alcedo Macedo, empresário Alcedo disse que, depois, descobriu que o apito era o precursor do apito do samba e isso só o incentivou ainda mais a levar o projeto à frente. “Ele tem ritmo, dá para fazer melodia com ele. Até eu que não sei tocar, consigo”, contou. Para evitar transtornos, o produto foi feito em tamanho pequeno e com som suave. Segundo os produtores, se o usuário assoprar com força, o apito trava e o som não é emitido. A intenção é levar o samba, ritmo tipicamente brasileiro, para o estádio de futebol sem precisar ter instrumentos maiores.

Segundo Alcedo, alguns empresários pretendem vender milhões de vuvuzelas durante a Copa do Mundo no Brasil, mas ele garante que vai tentar impedir isso. “Não é o que queremos. O pedhuá é um dos precursores do apito do samba, feito por índios, é a cara do Brasil”, argumentou.

Social
Dentro do projeto, a empresa pretende reverter parte do público para aldeias indígenas e artesão voltarem a confeccionar o pedhuá original. “Em Campina Grande, por exemplo, só existe em artesão que faz o pedhuá. Queremos que ele ensine para as crianças porque senão isso vai se perder. Queremos resgatar uma cultura nossa que esta acabando”, explicou Alcedo.

Mercado
A empresa pretende produzir cerca de 50 milhões de pedhuás para serem distribuídas por todo o mundo. Alcedo explicou que ainda está fechando contrato com a empresa que vai confeccionar o produto, mas garantiu que o apito já vai ser distribuido para empresas que patrocinam a Copa no segundo semestre deste ano.

Segundo ele, uma pesquisa de mercado mostrou que 96% das pessoas disseram que comprariam o produto. O preço médio sugerido pelos consultado foi R$ 10 e a intenção é que seja exatamente esse o valor que vai chegar ao consumidor.

Chancela
O paraibano também está buscando chancelamento por parte do Ministério dos Esportes para o pedhuá. O Ministério está com edital aberto para receber projetos ligados à promoção da Copa do Mundo e Alcedo pretende enviar a solicitação até sexta-feira (15). Caso seja aprovado, o pedhuá poderá ter um selo de garantia do Ministério dos Esportes. O resultado deve sair até o final de julho.


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